quinta-feira, 19 de abril de 2012



PRECES E BARCOS

“Em preces cheias de mágoas
Na solidão desse pranto
Cheio de pressentimento
Meu tédio morre de espanto
Para ouvir cantar o vento”
Vinicius de Moraes
, arde a noite
Nas esquinas tecidas no pensamento
sempre a mesma aguda e pungente
punhalada insondável: a idéia de solidão

Barcos, preces, fados, a mesma coisa
Neste ermo frio e metálico
de portas e janelas fechadas
solidão infinda

(apenas um devaneio?)
No entanto queima ainda e mais forte e grave
no canto do sonho o jogo riscado no chão

em tons sombrios
portas e janelas abertas
saudades sem fronteiras


Haikais mal comportados