DE COMO
TUDO PODE MUDAR
No funeral de um tio-avô
meu pai me disse:
“...hoje é ele, amanhã sou eu, depois de amanhã você... A vida se resume nisto...”
É, ele tinha alguma razão!
Três anos depois, menos de nove meses
da morte de minha mãe,
estávamos enterrando meu pai:
“... não podemos nos encontrar assim, apenas nestes momentos...”,
disse-me meu tio com os olhos injetados e úmidos e seu velho relógio,
amarelecido pelo tempo, em seu pulso gordo
(a evidente unidade aristotélica).
Saímos dali lentamente, cada um
(com sua máscara de cera)
para suas ocupações, suas vidas (?). Eu também...
Hoje, apenas cinco anos depois, o estão enterrando
em algum lugar.
É, ele tinha alguma razão!
E eu ( vestindo verde ), diante desta imensidão azul e inútil do mar,
sepultura de sonhos e ambições.
Ambos sem razão nenhuma.
“[...] se o todo não se encontra em bom estado,
é impossível que a parte esteja bem.”
Sócrates
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