terça-feira, 27 de maio de 2008

DE COMO EM MENOS DE UMA DÉCADA

TUDO PODE MUDAR

No funeral de um tio-avô

meu pai me disse:

“...hoje é ele, amanhã sou eu, depois de amanhã você... A vida se resume nisto...”

É, ele tinha alguma razão!

Três anos depois, menos de nove meses

da morte de minha mãe,

estávamos enterrando meu pai:

“... não podemos nos encontrar assim, apenas nestes momentos...”,

disse-me meu tio com os olhos injetados e úmidos e seu velho relógio, com o vidro

amarelecido pelo tempo, em seu pulso gordo

(a evidente unidade aristotélica).

Saímos dali lentamente, cada um

(com sua máscara de cera)

para suas ocupações, suas vidas (?). Eu também...

Hoje, apenas cinco anos depois, o estão enterrando

em algum lugar.

É, ele tinha alguma razão!

E eu ( vestindo verde ), diante desta imensidão azul e inútil do mar,

sepultura de sonhos e ambições.

Ambos sem razão nenhuma.

“[...] se o todo não se encontra em bom estado,

é impossível que a parte esteja bem.”

Sócrates

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