quinta-feira, 19 de julho de 2007

10 DE NOVEMBRO DE 1980

assim que me deito e apago a luz a penumbra inunda de saudade meu quarto saudade essa penumbra que molha a alma falamos tanto e não dissemos um quarto do que foi dito lá fora naquela doce penumbra leve com gosto de ameixa cheiro de flor e chuva Mas quero é falar da saudade da saudade úmida e morna que sinto agora e da ansiedade de deitar-me a teu lado num quarto também molhado de penumbra doce igual a esta e observar teu corpo de algodão e pêssego tua alma e essa estrela que cintila em tua testa e observar (acima de tudo) teus olhos (negros) respingando luz na minha boca pretendo beber dessa luz te entender e amar na penumbra doce e no silêncio no silêncio