Brigamos
os cães ladram à nossa passagem
os cães (dentro e fora da gente) nos querem separar
essa música distante e esse ar quente
(ar das nossas bocas
tuas bocas)
são coisas de verão
(como a chuva)
de infância
somos crianças
banho tomado
cheiro de sabonete no corpo
comendo pão no escuro
no escuro a gente se toca
somos adultos
adultos nascemos
todos nascemos no verão
no outono fazemo-nos em pedaços
(de miolo-de-pão)
e cada migalha brota na primavera
os cães não ladram na primavera
(amam)
mas a música (da brisa) longe
toca ainda
ainda te tocarei
(1979)
quinta-feira, 19 de julho de 2007
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2 comentários:
Pai!!! Parabéns pelo blog!!!Está lindo!
Adorei as poesias...minha mãe disse q as conhece bem...
Te amo!
Beijinhosssss
Linda poesia.
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